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A Beleza da criação

A Beleza da criação

Criada pelas mãos de Deus, a natureza tem sido explorada erroneamente…

A ecologia, parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e a natureza onde vivem, tem ocupado nos últimos anos substancial importância na mídia, devido as conseqüências da degradação sem precedentes provocada pelo homem no ambiente. A intervenção irrestrita do homem sobre a natureza, sobretudo após a revolução industrial, passou a agredir e destruir gradativamente o seu equilíbrio, provocando sérias conseqüências, dentre as quais podemos citar: a danificação da camada de ozônio com as decorrentes mudanças climáticas, que têm provocado diversas catástrofes em várias regiões do mundo; a poluição do ar e dos rios; o desmatamento das florestas; o desequilíbrio da fauna e da flora, que extinguiu ou colocou em risco de extinção várias espécies de animais e plantas.
Essa deterioração dos recursos naturais tem propiciado o surgimento nas últimas décadas dos chamados “Movimentos Ecológicos”, que têm como bandeira principal a preservação da natureza e práticas benéficas, como a reciclagem.
Mas o que nós, cristãos, temos feito em defesa da natureza, a primeira criação material de Deus? É necessário que desenvolvamos uma postura coerente e adequada, mobilizando-nos para uma ação mais efetiva quanto a essa questão.

É importante frisar que, na criação, tudo estava em perfeito equilíbrio. No primeiro capítulo de Gênesis, dos versos 27 a 31, vemos o Senhor apresentando a natureza e seus recursos ao homem que acabara de ser criado.

Sendo obra de um Deus puro e perfeito, o mundo e toda a vida inerente a ele eram a própria manifestação do seu poder e glória. Foi nesse contexto que Deus abençoou o homem, dando-lhe algumas tarefas, dentre as quais cultivar a terra e extrair da natureza o essencial para a sua sobrevivência.

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi. E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.”

Porém não podemos nos esquecer de que a tarefa principal dada por Deus ao homem foi: “guarde esta terra e exerça o meu domínio sobre ela”.

CORRUPÇÃO

Sabemos que o homem fez escolhas equivocadas, que trouxeram sérias conseqüências não apenas para si, mas para toda a criação. Ao omitir-se de sua principal tarefa de ser o guardador da terra, ele abriu mão de administrar, sob a sabedoria e inspiração de Deus, todos os recursos existentes na natureza.
A partir daí, podemos observar que a história da humanidade foi marcada pelo egoísmo e corrupção, frutos do pecado.

Isso se mostra claro quando o apóstolo Paulo escreve na carta aos romanos, no Novo Testamento, que a natureza foi involuntariamente corrompida e sujeita à vaidade, e está aguardando com esperança a sua própria redenção. Ou seja, até mesmo a natureza passou a sofrer as conseqüências da queda do homem e está aguardando ser redimida.

“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou (…) Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” (Romanos 8. 20 e 22)

O próprio Jesus fez menção ao cuidado que Deus tem para com sua criação, ao declarar aos seus discípulos que eles não deveriam andar ansiosos quanto ao seu vestuário, pois assim como Deus cuida dos lírios que nascem no campo, poderia cuidar também deles.

“E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?”
(Mateus 6: 28 a 30)

Quantas vezes você leu essa passagem aplicando-a somente às necessidades materiais, mas não prestou atenção ao cuidado de Deus com a natureza? Se o Criador do Universo dedica tempo para garantir que os lírios cresçam e fiquem bonitos, como podemos nós recusar a responsabilidade de preservar a natureza que Ele criou?

A palavra “ecologia” também pode significar “estudo da casa”. Creio que cabe a cada um de nós, principalmente àqueles que se dizem cristãos, abrir mão do conceito equivocado de que somos os “senhores da natureza” e por isso podemos fazer o que bem entendermos. É preciso assumir uma postura coerente com o plano de Deus para o homem desde a criação, cuidando e preservando a “casa” onde habitamos.

Podemos sim, extrair da natureza o essencial para a nossa sobrevivência, porém devemos fazê-lo com responsabilidade, zelando por tudo o que foi criado por Deus.

Pr Davi de Sousa

Pastor líder da Igreja Nova Aliança de Londrina