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Conselhos sobre transações financeiras

Conselhos sobre transações financeiras

Com freqüência, os pastores da Igreja são consultados sobre problemas de ordem financeira entre irmãos. Porém, geralmente eles nos procuram quando os problemas já estão em andamento e a solução, então, acaba tornando-se mais difícil.

Seria melhor para todos se a consulta fosse feita quando ainda estivessem considerando a possível transação, para que pudessem ser ajudados de maneira mais eficiente. Passaremos a discorrer alguns conselhos Bíblicos quanto a transações financeiras entre irmãos:

1. Deve-se evitar ao máximo pedir emprestado. Em Romanos 13.8 o apóstolo Paulo declara: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros…”. Mas se por alguma razão isso ocorrer, lembre-se: “… o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7b).

2. Não assuma grandes compromissos sem antes consultar irmãos idôneos e com habilidade na área financeira. Você poderá evitar entrar em muitos problemas, apenas levando em consideração as experiências de outros irmãos.

– Pv 11.14 – “Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança”.

OBS: É importante entender que biblicamente o cristão deve ter a disposição de dar voluntariamente. Melhor seria se ao invés de emprestar, desde o início fosse feito uma oferta de coração, na medida das possibilidades.

3. Sempre que pensar em realizar um negócio com outro irmão é importante que você o conheça além da sua “espiritualidade” e “dons”. Avalie alguns aspectos: Como ele está com relação a outros negócios financeiros? Como é o seu relacionamento com a esposa e familiares? Como ele está integrado em relação à Igreja local? É dizimista? Inspira confiança nesta área ou faz negócios com impulsividade? Como está o seu nome na praça?

OBS: Após efetuar um negócio, confira sempre o troco ou as importâncias recebidas, não por desconfiar do irmão, mas por amá-lo. Evite erros para não desfavorecer uma das partes.

4. Juntamente com o empréstimo faça um contrato, ainda que simples, mas que contenha o máximo de detalhes, como: datas, quantias, prazos, formas de pagamentos, correção monetária, garantias, etc., e que na medida do possível seja assinado por uma ou duas testemunhas.

– Dt 19.15 – “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo depoimento de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato”.

– Gl 3.15 – “Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa”.

OBS: Alguém pode argumentar: “mas entre nós isso não é necessário, afinal de contas somos irmãos…”. Sim, somos irmãos, mas também somos seres humanos, passíveis de erros e esquecimentos, e com possibilidades de entendimento diferenciado. É exatamente por sermos irmãos que devemos nos respeitar mutuamente e nos proteger uns aos outros.

5. Lembre-se de que a cobrança de juros, além da correção monetária, não deve ser feita entre irmãos.

– Êx 22.25 – “Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor que impõe juros”.

– Dt 23.19-20 – “A teu irmão não emprestarás com juros, nem dinheiro, nem comida, nem qualquer coisa que se empresta com juros; … para que o Senhor teu Deus te abençoe em todos os teus empreendimentos…”.

– Sl 15.1,5 – “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? … O que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado”.

6. Não se deve endossar, ser avalista ou fiador de alguém, qualquer que seja esta pessoa, se não tiver plena disposição e condição financeira para assumir aquela dívida, caso haja inadimplência por parte do contratante.

– Pv 6.1,2 – “Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, e se te empenhaste ao estranho, estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca”.

– Pv 22.26,27 – “Não estejas entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dívidas, pois se não tens com que pagar, por que arriscas perder a cama de debaixo de ti?”

OBS: Para evitar situações constrangedoras, os pastores da Comunidade têm sido aconselhados a não servirem de avalistas ou fiadores em qualquer transação financeira envolvendo irmãos da Comunidade.

7. Por medida de prudência, os irmãos que ocupam cargo de liderança na Comunidade, devem evitar contrair empréstimos ou efetuar qualquer operação de risco com pessoas do seu pastoreamento, a fim de evitar maiores constrangimentos.

8. Cuidado com as alianças feitas para abertura de negócios (sociedades). A Bíblia nos adverte a não nos associarmos com pessoas que não tenham um compromisso com Deus. Lembre-se do velho ditado: “Antes só, do que mal acompanhado”. É claro que há pessoas que mesmo não sendo convertidos, chegam a ser mais honestas do que alguns “cristãos”, porém seja muito cauteloso. Se não houver outra alternativa, estabeleça critérios, deixando claro suas convicções e “condições”. Coloque as coisas no papel, como temos aprendido.

– 2 Co 6.14-18 – “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o Maligno? Ou que união do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como Ele próprio disse: habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e Eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso”.

9. O verdadeiro cristão não se vinga nem procura seus direitos junto aos tribunais seculares, quando a questão é entre irmãos.

– Rm 12.17 – “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens”.

– 1 Co 6.6,7 – “Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos? O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?

10. O fato de a Bíblia nos orientar a não entrar em demanda jurídica contra um irmão em Cristo não remove do devedor a sua responsabilidade. Muitas vezes, por razões que extrapolam o controle, a dívida não pode ser momentaneamente paga, porém pode-se e deve-se entrar em acordo para que a mesma seja quitada o quanto antes, sem que o credor sofra as perdas.

OBS: Em caso de o devedor ter condições de saldar sua dívida (lastro financeiro ou bens), porém se agir de má fé, a fim de prorrogar o prazo ou não efetuar o pagamento, os passos descritos em Mateus 18.15-17 podem ser cumpridos:

– Mt 18.15-17 – “Se o teu irmão pecar contra ti vai argüi-lo (1o passo) entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão. Se, porém, não te ouvir, (2o passo) toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, (3o passo) dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também à igreja, considera-o como gentio e publicano”.

11. Nós entendemos que a prática da “agiotagem” é condenada pelos padrões bíblicos, já que sua filosofia é tirar proveito financeiro por meio da cobrança de juros abusivos. Na prática, o agiota sempre aproveita-se de uma situação, às vezes momentânea, de crise, para obter lucro fácil à custa da miséria alheia. Vale a pena lembrar que esta prática é tida como crime nas leis do nosso país. Veja a definição de alguns dicionários da palavra “Agiotagem”.

– Dicionário Michaelis: “Operações ilícitas com o fim de obter grandes lucros com o menor emprego possível de capital; Empréstimo de dinheiro a juros excessivos”.

– Dicionário Aurélio: “Especulação sobre fundos, câmbios ou mercadorias, com o fim de obter lucros exagerados; usura; lucro resultante dessa especulação; empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes”.

– Jr 17.11 – “Como a perdiz que choca ovos que não pôs, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim será insensato”.

12. Quanto à assistência aos mais necessitados na Igreja nós agimos conforme o padrão da igreja primitiva. Atos 4.32-35 nos mostra que todos os necessitados eram supridos em suas carências de forma ordenada. Tudo era trazido “aos pés dos apóstolos”, e a partir daí a distribuição era feita. Esta prática demonstra que havia supervisão e cobertura espiritual nos trabalhos sociais que eram realizados no contexto da igreja.

13. Por medida de cautela, evite fazer compras à prazo (crediário, cartões de crédito, cheques pré datados, etc.), com exceção de bens que valorizam com o tempo, podendo assim garantir o seu próprio pagamento, ou se tiver outro bem que possa garanti-lo.

Conclusão:

Queremos encorajar os irmãos a amarem-se e a respeitarem-se mutuamente como a Bíblia nos ensina. O nosso desejo é que o Senhor nos livre de toda a aparência do mal e também de tudo aquilo que poderia causar prejuízos a algum irmão, devido a decisões precipitadas. Que possamos nos respeitar mutuamente, como servos do Senhor, sempre fazendo ao nosso irmão aquilo que gostaríamos que fizessem para nós mesmos.

Pr. Davi de Sousa

Pastor líder da Igreja Nova Aliança de Londrina